Para quase todos, a arquitetura seria a providência de uma construção bela. E o que não é construção bela? Por medida de prudência metodológica, as construções são divididas em três grandes grupos: "as levantadas segundo um critério artísticos qualquer, as erguidas sem um desejo específico de se fazer arte, mas admiradas por poucos, e as construções nascidas ao acaso, por iniciativa de pessoas realmente destituídas de senso estético" (Carlos Lemos).
Talvez o melhor exemplo do terceiro grupo seja a construção destinada ao fim precípuo de fornecer abrigo. Podemos citar os barracões improvisados para operários em serviço distante ou barracos de favelas no início das ocupações, que depois até passam a receber intervenções embelezadoras, à medida que a permanência definitiva é chegada.
O segundo grupo é praticamente composto de obras ditas populares, que não são interpretadas ou curtidas pelos críticos eruditos. É onde cabe a expressão "arquitetura sem arquiteto", que são constrições belas de alguma forma, sem ter havido uma intenção plástica, sem ter havido uma vontade de se fazer arte. Podemos citar aqui obras denominadas "primitivas", consideradas rudimentares, como as de negros selvagens africanos, as dos índios brasileiros, estas reúnem uma peculiaridade: são trabalhos erguidos por uma comunidade e consumidas por esta mesma comunidade. Daí surge a expressão "vernacular", que quer dizer puro, sem influências de fora.
Para visualizar o primeiro grupo, podemos citar as construções de Niemeyer, que acima de tudo queria que sua obra fosse admirada por todos, não só por aqueles que as encomendavam.
Abraços
Dannielle
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